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                                      A maré trouxe Jorge Amado para Alagados

O bairro da Massaranduba fica na Peníssula Itapagipana entre os bairros da Ribeira, Bonfim, Jardim Cruzeiro e o mar da Baía de Todos os Santos. As primeiras habitações foram erguidas sobre o mangue e se constituíam de palafitas.  Começava, assim, a formação dos Alagados que traz em si uma maré que retrata a miséria que contrasta com os bairros da cidade de Salvador. Os que ali sobrevivem lutam todos os dias para deixar em pé aquilo que chamam de lar, moradias precárias, sem saneamento básico, eletricidade, postos de saúde, educação, cultura e principalmente dignidade, ou seja, os ditames da justica social. Embora muitas palafitas já não existam no local, a situação ainda é dificil para os moradores dessa parte da cidade baixa, permanentemente esquecidos pelos poderes contituidos.

Com toda a dificuldade o bairro ainda abriga o Espaço Cultural Alagados que desde 1989 possui caráter multiuso: funciona como sala de ensaios, oficinas e  apresentações. O espaço conta com uma arquibancada para 150 lugares.

Hoje dia 11 de dezembro de 2012 o Espaço Cultural sob o comando e dedicação de Jamira Alves e sua fiel escudeira Izabela nos recebeu de coração aberto para o último dia do ciclo de atividades da Mostra Itinerante Jorge Cine Amado.  O projeto oficial de cinema da comissão de comemoração do centenário de nascimento do escritor baiano Jorge Amado contemplou jovens das escolas Ocridalina Madureira, Solange Hortélio Franco e da Instituição Fábrica Cultural.

O evento que passou com sucesso pelos Estados Unidos durante o Los Angeles Brazilian Film Festival – LABRFF e pelo interior da Bahia nas cidades de Porto Seguro, Itabuna, Lençóis, Aratuipe, Nazaré das Farinhas, Santo Amaro, Vitória da Conquista, Jequié, Mutuipe, Valença, Juazeiro, Camaçari, Lauro de Freitas e Salvador, atingindo seu objetivo maior: contemplar os alunos da rede pública de ensino (15.000 alunos), com exibição das adaptações cinematográficas da obra do escritor Jorge Amado com palestras e debates após as exibições.

Através da sétima arte, produzida por nossas próprias mãos, ou seja, o nosso cinema nacional, nos mostramos com orgulho; reconhecendo nossa cultura e raizes sob os diversos aspectos socioculturais.

Que venham mais filmes, livros, histórias e Jorges para nossas vidas…!!!