sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Jorge Cine Amado por Adalberto Meireles





Em Itabuna, a acolhida à Mostra Jorge Cine Amado, que integra a programação do centenário do escritor baiano, foi perfeita: o projeto não poderia ter maior sorte em sua terra natal, onde aconteceram duas exibições para estudantes da rede estadual de ensino, pela manhã, e à noite para o público em geral.

Logo cedo, no dia 17 de outubro, mais de 600 alunos de 15 escolas lotaram o teatro do Centro Cultural Adonias Filho para assistir ao filme Capitães da Areia, de Cecília Amado, adaptação de uma das obras mais populares do escritor.

O número superou as expectativas. Uma sessão extra foi então aberta, em outra sala, para um grupo de cerca de 70 adolescentes que assistiram ao documentário Jorge Amado, de João Moreira Salles.

Enquanto todos se acomodavam na sala principal, dava para sentir, de imediato, que a sessão seria boa. O filme foi acompanhado atentamente pelos estudantes, que vibraram com as aventuras de Pedro Bala, Dora, Sem Pernas, Boa Vida e os demais 'capitães' de Jorge.

O universo tratado no romance calou fundo nos corações e mentes dos alunos. O interesse ultrapassou os limites do romance, da trajetória e da obra literária de Jorge Amado e se fixou em questões circundantes apresentadas no filme, como a epidemia da varíola, que dizimou vidas na primeira metade do século XX.

À noite, de volta ao teatro do Centro Cultural Adonias Filho, tivemos a segunda exibição do filme de João Salles. Documentário que aborda a trajetória política e de vida do escritor baiano, o filme conta com depoimentos de nomes como Zélia Gattai, Gilberto Gil, Pierre Verger, Chico Buarque e João Ubaldo Ribeiro.

Presentes professores, estudiosos da obra de Jorge Amado e o público em geral, abordamos questões como miscigenação (discutida no documentário), a presença de Jorge Amado no exterior e as adaptações de seus livros para o cinema.

No geral, fica a sensação de que não há como dissociar a mostra Jorge Cine Amado da ideia de caravana que chega à cidade para proporcionar arte, cultura e entretenimento à população. E estar inserido como palestrante neste processo é mais que gratificante.


Adalberto Meireles

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